As Novas Estratégias e os Sentimentos Eternos Encerram o Transcendente no 3° Dia do Fórum Mundial da Tauromaquia

A organização do IV Fórum Mundial da Cultura Taurina que decorre na Ilha Terceira, enviou a nota de imprensa seguinte sobre o terceiro dia do evento.

As novas estratégias e os sentimentos eternos encerram o transcendente IV Fórum Mundial da Cultura Taurina nos Açores

As estratégias necessárias para adaptar o espetáculo taurino ao novo panorama social e os profundos e eternos sentimentos que esta expressão cultural gera foram os temas tratados na terceira e última jornada do IV Fórum Mundial da Cultura Taurina, que terminou ontem, domingo, nas Ilhas dos Açores.

No Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, a sessão foi iniciada com a conferência de Hélder Milheiro, especialista em marketing digital e ex-secretário-geral da Prótoiro, entidade de defesa da tauromaquia em Portugal, que abordou um possível plano estratégico que o setor pode implementar a vários níveis para se adaptar ao contexto social e cultural do século XXI.

Ao analisar os pontos fortes e as fragilidades do setor taurino, Milheiro concluiu que a festa dos toiros possui “uma mina de capital positivo” que pode servir como um excelente escudo contra os ataques políticos e animalistas que enfrenta atualmente.

Especificamente, destacou como forças a potenciar o enorme valor patrimonial, histórico, artístico, social e económico da tauromaquia, o potencial genético e ecológico da raça do toiro bravo, bem como a ampla adesão às expressões populares desta atividade, que gera emoções profundas num ambiente interclassista e diverso.

Com estas bases e com uma mudança de mentalidade no setor profissional, abandonando dinâmicas que se provaram ineficazes, será possível trabalhar com esperança para que a tauromaquia “deixe de fugir do futuro”, concluiu o conferencista português.

De seguida, numa mesa-redonda moderada por Vicente Zabala de la Serna, a catedrática de História da Sorbonne, Araceli Guillaume, o treinador de futebol José Peseiro, o conhecido jornalista e comentador português Daniel Oliveira e o jornalista espanhol Chapu Apaolaza explicaram os motivos da sua profunda ligação aos toiros e como esta paixão moldou a forma como encaram a vida.

Oliveira reafirmou-se como aficionado, vindo de uma postura “bem à esquerda”, cujo gosto pela tauromaquia nasceu ao ler Hemingway, enquanto Apaolaza, também presença habitual em tertúlias televisivas de informação política, relatou como viveu os momentos mais intensos nos empedrados do encierro de Pamplona. Por sua vez, Peseiro, que trabalhou como adjunto de João Queiroz no Real Madrid, afirmou que as corridas de toiros são “um grande encontro de emoções”.

Após a leitura das conclusões do Fórum, apresentadas por François Zumbiehl em francês, pelo próprio José Peseiro em português e por Salvador Arias, em representação do CICULT, em espanhol, os atos foram encerrados pelo Secretário de Agricultura do Governo dos Açores, que prometeu dar continuidade a este Fórum, sublinhando que este evento ajuda a reunir nos Açores o debate mais profundo sobre a tauromaquia e a projectar no mundo esta manifestação cultural tão açoreana.

Já à tarde, na praça de toiros de Angra do Heroísmo, os novilheiros Tristán Barroso, Javier Zulueta e Leo Pallatier tentaram reses das ganadarias locais de Albino Fernandes, Rego Botelho e João Gaspar, com a colaboração do picador Pedro Iturralde e a participação do grupo de forcados juvenil da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.

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