Crónica da 10ª Corrida do Abono'17 no Campo Pequeno - 7 de Setembro de 2017

Uma Noite de Má Memoria

Para a penúltima corrida do abono, anunciava o Campo Pequeno a corrida dos triunfadores. O cartel composto pelo cavaleiro Luis Rouxinol e os matadores Juan José Padilla e Manuel Dias Gomes. Chamados a pegar a corrida eteve o Grupo de Forcados Amadores de Santarém capitaneados por João Grave. Com touros das ganadarias Vinhas e Manuel Veiga.

É opinião geral que esta temporada, andou o Campo Pequeno, em busca da fórmula do sucesso. Forma de encher a monumental lisboeta a fim de contrariar a crise que teima em a assombrar. E para tal nada melhor que contratar o “Rei da Porta Grande”. Mas o público pagante também enjoa, principalmente quando lhe oferecem mais do mesmo. E claro, falamos de Padilla.

Juan José Padilla, desta vez não esgotou o Campo Pequeno. Antes pelo contrário, esta foi uma noite de má memória. Tanto para o público como para o toureiro.

O primeiro touro não serviu ao toureiro, mas conseguiu empolgar no tércio de bandarilhas. Se este não teve condições de lide e de lhe dar triunfo, que dizer do seu segundo touro? Esse servia, Padilla é que não. Não se entregou e desrespeitou o público…

Sim, Padilla faltou ao respeito ao público pagante que se encontrava no Campo Pequeno. E tudo começou quando se recusou a bandarilhar. Deixando o tércio para os seus subalternos, que conseguiram fazer uma “palhaçada” de algo que deve ser sério e ter verdade.

Apupos, assobios, e descontentamento, foi o que o toureiro de Jerez teve durante a lide. E com tudo isto ainda estou para entender como é que o director de corrida ainda manda tocar a musica, acabando depois por a retirar!!

Depois disto bem que aproveitou Manuel Dias Gomes. O diestro português esteve bem de capote e à vontade com a muleta, arrancando bons momentos de toureio. Dias Gomes agradou, entregou-se e esteve bem por cima do diestro espanhol. Quem também brilhou e deu uma lição de bem bandarilhar foi a quadrilha de Dias Gomes. Cláudio Miguel, João Ferreira e João Oliveira, triunfaram e bem no tércio de bandarilhas. O que levou o publico a reconhecer, e eles a agradecer desmonteirando-se.

Luis Rouxinol, não esteve ele próprio no seu primeiro. A denotar algum cansaço de tanto toureio, Luis fez uma lide sem história. Reapareceu O Luis ao segundo touro.

Esteve bem, chegou ao publico com a brega ladeada e mostrou muita entrega. Para terminar atuação um palmito e um par de boa nota.

Os rapazes das jaquetas salvaram a honra do convento. Os de Santarém estiveram muito bem na cara do touro pegando à primeira tentativa. Primeiro o António Taurino, com uma rija pega, e depois Francisco Graciosa. Ambos aplaudidos de pé.

Uma corrida sem história, mas que ainda vai dar muito que falar.

Dirigiu Manuel Gama, alvo de critica, assessorado pelo médico veterinário Dr. Jorge Moreira da Silva. Cornetim José Henriques.

António Costa Pereira

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