Crónica da 9ª Corrida do Abono'17 no Campo Pequeno - 18 de Agosto de 2017

Os 125 Anos do Campo Pequeno

Anunciava a administração do Campo Pequeno, uma grande festa por ocasião do seu 125º aniversário. O cartaz das festividades era apelativo, por isso mesmo o publico respondeu, esgotando a lotação da arena da Monumental lisboeta.

Ainda de realçar e parabenizar, a estação televisiva de Queluz de Baixo. A TVI passados alguns anos, juntou-se à festa e transmitiu em directo toda a corrida, bem como o espectáculo que a antecedeu. Faço votos para que regressem em força à festa.

Pelas 21h15 a Charanga a Cavalo do GNR, deu inicio aos festejos. Deliciando os presentes com a sua performance única no mundo. Tocar, enquanto se cavalga. Seja a trote ou a galope.

Camané e Nathalie, foram os fadistas convidados. Ambos iniciaram as suas actuações com fado tradicional. Camané com o fado pintadinho e Nathalie com “Noite Cerrada”. Terminando em duo, a cantar “Maria Lisboa”. Pena não terem no seu repertório, fado que fale da festa. O que seria ouro sobre azul. Mas foi um excelente apontamento de fado. Ou não estivesse a falar de um fadista muito acarinhado pelo publico e a jovem luso-americana que se lançou em 2016.

Quanto ao cartel, criterioso na sua escolha, estavam os consagrados cavaleiros João Moura, António Ribeiro Telles e Luis Rouxinol. Para as pegas, os grupos de forcados amadores de Montemor e Lisboa. Capetaneados por António Vacas de Carvalho e Pedro Maria Gomes. As ganaderias Palha, David Ribeiro Telles, Oliveira e Irmãos, Mário Vinhas, Murteira Grave, e Passanha, completavam o cartel.

A João Moura coube em sorte o Vinhas e o Grave. Bem que gostaríamos de ver um Moura a empolgar as bancadas. A fazer vibrar a praça onde tantas noites de glória teve. Infelizmente não foi o caso. Não foi a noite de João Moura.

António Ribeiro Telles, andou bem no seu primeiro, o touro da casa (David R. Telles). Mas foi no Palha que arrancou o seu triunfo. Cravou como mandam as regras, bregou bem e toureou com todo o seu esplendor. Bem que o ganadero (João Folque) deveria ter sido chamado para dar volta à arena pelo desempenho do seu exemplar.

Luis Rouxinol, foi infeliz com o Oliveira e Irmãos que lhe coube em sorte. Um manso sem nada para dar. A investir muito bem no capote, mas sem interesse pelo cavalo. Distraído a não ligar. Luis, como muito bem sabe, tudo tentou. Fazendo a lide possível.
No Passanha, o seu segundo, andou a gosto. Boa actuação, chegando ao publico como só ele sabe. Terminando com um palmo, par e um violino.

Também os forcados não deixaram os créditos por mãos alheias. Pelos de Montemor, Francisco Bissaia Barreto à segunda, Francisco Maria Borges à primeira tentativa, e Manuel Ramalho, consumando à terceira tentativa.

O grupo de Lisboa chamou os caras Martim Lopes, e João Varandas, que consumaram à primeira tentativa. Tendo Duarte Mira consumado ao terceiro intento.

Corrida bem dirigida pelo Sr. Pedro Reinhardt, assessorado pelo médico veterinário Dr. Jorge Moreira da Silva e pelo cornetim José Henriques.

Uma boa corrida e um “ambientazo”, dentro e fora de praça, após a corrida, daqueles a fazer lembrar outros tempos. Uma noite da história do Campo Pequeno, que certamente fica na história.

António Costa Pereira (Tó Pê)

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