Cronicas da 5ª Corrida do Abono'16 no Campo Pequeno - 30 de Junho de 2016

Como dizia o povo à saída
“Muita parra e pouca uva” ou seja ” Muita expectativa e pouco toureio”

A noite de ontem quinta-feira dia 30 de Junho de 2016 era de enorme expectativa em relação à corrida que se iria realizar na praça de toiros lisboeta onde se apresentava o matador de toiros espanhol de la Puebla em solitário perante 4 toiros da Ganadaria espanhola de Zalduendo na primeira corrida Goyesca realizada no Campo Pequeno, abrilhantada pelo cantor de flamengo “El Cigala”. Tendo o público enchido mais de três quartos da lotação do tauródromo.

A corrida começou mais tarde que o horário anunciado devido ao jogo de futebol que a seleção nacional disputava contra a seleção polaca, por terras de França, justificou-se para que as bancadas da praça estivessem cheias para um melhor espetáculo na arena que se iniciou com a Charanga a cavalo da GNR interpretando três temas em três andamentos. 
Seguiu-se o passeíllo (cortesias em português) onde Morante foi fortemente aplaudido e no fim, foi guardado um minuto de silêncio em memória de Mestre David Ribeiro Telles e José Zúquete cavaleiros de alternativa recentemente falecidos vítimas de doenças prolongadas. 

Mas vamos ao mais importante às lides em si, no primeiro toiro Morante mostrou todo o seu valor com o capote nas chicuelinas e a meia chicuelina que executou, na moleta iniciou faena com derechazos encostados as tábuas levando o toiro embebido na moleta para o centro do ruedo onde demonstrou arte, sensibilidade, temple e mande, merecida e aplaudida volta.
No segundo cedo se notou que a história ia ser diferente devido às deficiências visuais que apresentou e a quase impercetível deficiência de movimento acabou sendo recolhido, veio o primeiro sobrero o terceiro da noite e a história não melhorou em nada pois que era tão manso, que deixou o espada apenas sacar  algumas tentativas de passes de capote e moleta.

No terceiro toiro ou seja o quarto teve igual sorte, ao seu anterior toiro, não prestou pela mansidão, deste toiro guarda-se apenas e só na memória a realização do salto da vara, executado pelo bandarilheiro espanhol Raúl Ramírez. 

No quarto ou melhor o quinto e último da noite a realidade foi outra e o matador pode luzir-se tanto no capote com nas verónicas e chicuelinas que interpretou, como com a moleta deixando o público em delírio e em êxtase com toda a arte, mestria e magia que explanou na arena da primeira praça do país, deu merecida volta em ombros ainda se esboçou uma saída em ombros pela porta grande o que seria excessiva, não que não merece-se pelo que produziu e bem mas sim porque não conseguiu brilhar em todos os seus oponentes. 

Devo dizer que não fiquei muito desiludido, porque esperava que algo do género acontecesse, ou seja, se os toiros não colaborassem com Morante e ele não se senti- se confiante ia acontecer o que aconteceu nos toiros que lidou em segundo e terceiro lugar não fez nada. Mas devo dizer que o que fez no seu primeiro e último toiro foi de alguém predestinado a conceber esta tão nobre arte que se chama toureio e ai aconteceu o que também eu pensava e disse a algumas pessoas com quem falei que poderia ser uma noite de fazer aficionados e de se sonhar e continuar a falar dela (noite) ao longo dos tempos. 

Isto digo Eu sem saber se houve ou não a ideia, o que é certo é que não aconteceu mas é apenas e só uma ideia minha, teria sido bonito alguém (toureiro ou empresa) ter avançado com a ideia de haver um toiro de regalo para todos aqueles que esperavam ver mais toureio pois que afinal pagaram para ver serem lidados 4 toiros e só viram dois, ainda que não tenha sido culpa do toureiro.

 O cantar de flamengo “El Cigala” encantou as duas boas lides do espada espanhol com bons apontamentos de flamenco que ajudaram à festa. 

Os toiros da Ganadaria de Zalduendo saíram todos para o mansote e não foram de certeza o que Morante tinha sonhado para explanar o seu toureio, mas quem muito escolhe pouco acerta e foi o caso de ontem.

A ferragem esteve a cargo da equipa de Carlos simões e José Alcachão.
A corrida foi dirigida e bem pelo diretor Rogério Joia sendo assessorado pelo veterinário Dr. Hugo Rosa e pelo cornetim José Henriques.

Carlos Caetano (Cajó)

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