Crónica da 4ª Corrida do Abono'15 no Campo Pequeno - 18 de Junho de 2015

Quinta-feira dia 18 de Junho de 2015 foi um dia ou melhor uma noite que demorará a ser esquecida por todos aqueles que encheram as bancadas da primeira praça do País (Campo Pequeno) para verem a corrida mista anunciada ou o mano a mano entre o rejoneador Diego Ventura e o matador Julian López “El Juli” frente a toiros das Ganadarias de Passanha, Maria Guiomar C. Moura, Vinhas, Garcigrande e Domingo Hernandez, os forcados presentes foi os Amadores de Montemor.

A noite começou por se guardar um minuto de silêncio em memória de Rafael Trancas (Picador) e João Mascarenhas (Critico Tauromáquico) seguindo-se as habituais cortesias e de seguida uma homenagem a um nome grande do toureio a pé em Portugal o maestro Mário Coelho pela passagem dos seus 60 anos de toureio, sendo descerrada uma placa comemorativa da efeméride no corredor principal da Praça.

O matador de toiros espanhol “El Juli” veio a Lisboa e não foi a passeio pois que não deixou os seus créditos por mãos alheias e rubricou em Lisboa três lides de poder crer e saber ou seja usando os três tempo fundamentais do toureio Parar, Templar e Mandar onde mostrou um variado número de lances de capote como chicuelinas, verónicas, lopecinas, reboleras entre outros, tendo de muleta continuado o que mostrara no capote com naturais, derechazos, passes de peito, entre outros ora quer pela direita como pela esquerda com a intenção de equilibrar os seus oponentes para tirar o melhor partido da boa matéria-prima que tinha pela frente, e muito mais se poderia escrever em relação às atuações do diestro espanhol mas isto é um resumo diminuto do que se passou sendo que foi de emoções fortes e com o público rendido a “El Juli” gritando torero, torero e aplaudindo.
Culminou as lides com uma volta no seu primeiro toiro, duas voltas no segundo e três volta no terceiro descongelando assim a Porta Grande do Campo Pequeno que já estava congelada á cinco anos.
De salientar a fraca prestação dos bandarilheiros que auxiliaram o matador no primeiro e segundo tércio de bandarilhas isto devido ao andamento que os toiros colocavam por falta da sorte de varas sendo vaiados e assobiados quando se preparavam para bandarilhar o terceiro toiro de tal forma que “Juli “ Ele próprio se encarregou do tércio colocando três pares de bandarilhas de cortar a respiração o que Ele já não fazia há largos anos, o que enalteceu ainda mais o seu gesto pois que não se acobardou ao seu oponente.

Diego Ventura vinha com ganas de triunfar e começou bem ao receber o seu primeiro toiro da noite dobrando-o para o parar e cravar de seguida dois ferros compridos nos curtos deu a primazia de investida ao toiro para depois o atacar o que resultou bem pois que esteve bem na brega e remate das sortes andou ao seu nível sem exageros dos números dos cavalos.
O segundo toiro do seu lote foi recebido na porta dos sustos de garrocha em punho mas que pouco mais se viu pois que se lesionou e a direção da corrida achou por bem mandar recolher o toiro para não haver desculpas para uma possível lide menos conseguida o que não aconteceu com o seu substituto que deu bom jogo e permitiu ao rejoneador se luzir nos ferros curtos deixando alguns de muito boa nota mas sem muitos aparatos terminou a lide com um bom par de bandarilhas e dois ferros de palmo.
No seu terceiro toiro foi manso e complicado pois que nunca o cavaleiro o consegui entender ainda que tentasse de varias formas sítios e distancias, deixou a ferragem possível chamou ainda á arena o cavaleiro David Gomes o seu sobresselente que cravou ainda dois ferros mas nada alterou pois que o astado não estava para ajudar á festa.
Entendeu Diego oferecer um regalo ao público ao lidar um quarto toiro mas o que era para ser um regalo acabou por ser um desregalo, por culpa do toiro que não permitiu ao cavaleiro mais que deixar a ferragem da ordem sendo de destacar dois ferros que deixou com mais verdade em sorte cambiada, sofreu alguns ligeiros toques.

As pegas estiveram a cargo do Grupo de Montemor, saltando à arena Francisco Borges que pegou à primeira tentativa, de seguida João Braga à terceira tentativa, Francisco Bissaia Barreto à primeira tentativa e por fim o toiro de brinde Manuel Ramalho à primeira tentativa.
O Grupo mostrou o porque de ser um dos melhores a pisar as arenas portuguesas à excepção da segunda pega em que as ajudas estiveram menos bem, tanto os caras como os ajudas mostraram união e saber na arte de pegar toiros ao concretizarem rijas e valorosas pegas. Saíram também triunfadores.

Mais uma noite de triunfos para se escrever na história do Campo Pequeno como do toureio nacional.

A direção da corrida esteve a cargo do Director Pedro Reinhardt que uma vez mais mostrou estar á altura das grandes corridas não dando baldas a quem quer que seja como se viu ao repreender David Gomes que fora chamado por Diego Ventura no seu terceiro toiro perguntando se Ele (Pedro) já não mandava ali nada para que Ele (David) começasse a tourear sem pedir autorização, ainda mesmo que Ele (Pedro) soubesse que era o sobressaliente de Diego Ventura.
Andou um pouco tardo na concessão de música, foi assessorado pelo Veterinário Dr. Jorge Moreira da Silva e pelo Cornetim Nuno Narciso.

A embolação e ferragem estiveram a cargo da equipa de Simões e Alcachão.

Carlos Caetano (Cajó)

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