Cavaleiros Amadores em Destaque no Jornal “Correio do Ribatejo”


O jornal “Correio do Ribatejo” fez uma matéria sobre os cavaleiros amadores portugueses que mais se destacaram nesta temporada de 2014 o qual passamos a transcrever.

“O grupo dos cavaleiros-praticantes é composto por uma dezena de jovens, porém, à excepção de Luís Rouxinol, filho, que segue as pisadas e a escola de seu pai, e de João Salgueiro da Costa que, mau grado as condições já evidenciadas, tarda a seguir as pisadas de seu pai, não emergiu nenhuma figura que tivesse bulido com o ambiente cinzentão que se constata ao nível do toureio equestre. Em todos os tempos a juventude “apertou” os veteranos pela sua irreverência e pela ambição em ocupar os seus postos, contudo, de alguns anos a esta parte, os jovens parecem acomodar-se à espera que as figuras instaladas caiam de maduras, ou seja, abandonem a profissão por força da idade, e, então, sim, ocuparão naturalmente os seus lugares, se não for por competência e por mérito próprio, será pelo implacável correr dos anos.


Podemos apreciar idêntica situação entre os cavaleiros de alternativa, onde os mais veteranos as jogam em todas as oportunidades, e os mais novos se vão divertindo com meios triunfos, sem apertar muito… Luís Rouxinol, filho, cresceu num ambiente de trabalho e de luta, assistindo diariamente ao empenho de seu pai para conquistar um lugar cimeiro a par das figuras de dinastia, e, talvez por isso, se apresenta com um espírito batalhador e abnegado para sacar triunfo em cada tarde, o que vem conseguindo com a verdade do seu toureio e a alegria e voluntariedade características da idade. Na temporada em análise já actuou em 17 espectáculos, o que não é nada mau, e em regra com resultados artísticos muito auspiciosos.
O segundo posto deste escalafón é ocupado por João Salgueiro da Costa, que participou em 13 espectáculos taurinos. Reconhecemos-lhe muita potencialidade, porém, a confirmação tarda em surgir, e bem sabemos que quando tal acontece o passo seguinte é o da frustração, e depois torna-se mais difícil recuperar uma posição de destaque. Salgueiro da Costa é senhor de um estilo de toureio muito interessante, que sem plagiar a marca da casa – entenda-se, a imensa e inimitável expressão toureira de João Salgueiro – assenta nos mesmos pilares de ortodoxia marialva, salpicados com laivos de torería que muito valorizam as suas lides.
Falta-lhe a constância ao nível dos êxitos e espera-se, claro, o passo a caminho da alternativa, já por várias vezes prevista, mas, ainda sem concretização. Verónica Cabaço ocupa a terceira posição, com 10 actuações, alternando momentos agradáveis de toureio, com alguma verdura, mas, concedemos-lhe o benefício da dúvida, pois, o placeamento é, nesta fase, determinante para garantir a consolidação da sua carreira.
Dos restantes cavaleiros-praticantes não temos, ainda, opinião formada, pois, não os vimos vezes suficientes para fazer uma apreciação sustentada, e não somos dos que ajuízam à primeira vista. Destaca-se entre todos o jovem “Parreirita Cigano”, pela irreverência que transmite em praça, estando por provar se a sua expressão toureira é fruto do acaso e forma de superar alguns aspectos técnicos ainda não bem apreendidos ou se é já um reflexo de uma consciente forma de tourear, que, se se confirmar, poderá proporcionar-lhe um bom futuro.
O tempo, o trabalho e as montadas de que possa vir a dispor falarão por si. Para memória futura, aqui fica o registo das actuações dos restantes cavaleiros-praticantes: Andreia Oliveira, 9; Rui Guerra, 7; “Parreirita Cigano”, 5; Tiago Lucas, 3; Tiago Cantante, 2; Marta Valente e Nelson Limas, 1.”

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