Paulo Pereira Escreve Carta de Despedida ao seu Amigo António Morgado

Dr. Paulo Pereira, relações publicas da empresa do Campo pequeno, redigiu um sentido texto na sua página pessoal da rede social Facebook, transcrevemos na integra as palavras dedicadas a António Morgado.
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Amigo António Morgado;

Esta é a carta que nunca queria ter-lhe escrito. Ainda me custa a crer que não vou mais desfrutar da sua presença, da sua companhia amiga, da sua palavra de conforto nos momentos em que eu quebrava. Porque é que estascoisas acontecem? …você faz-me lembrar o soneto de Camões: Alma minha gentil que te partiste/ tão cedo desta vida descontente/ repousa lá no céu eternamente/ e viva eu cá na terra sempre triste… Pois é amigo Morgado…você subiu extemporaneamente ao assento etéreo…as boas recordações que todos temos de si não chegam para colmatar o que vamos sofrer com a sua ausência….E a sua ironia? E os seus silêncios sábios? E a sua modéstia? E a sua autenticidade como ser humano de eleição? Recordaremos sempre essas suas facetas, o seu culto pela perfeição, o culto pela exigência, pelo rigor que punha em tudo o que fazia na vida e, essencialmente, naquilo que era a sua grande paixão: o mundo da tauromaquia, o qual conheceu nas vertentes de empresário, apoderado, vedor de toiros, mas, sobretudo, como aficionado sabedor, amigo dos toureiros e dos ganaderos, verdadeiro amante da festa pela qual nutria uma inexcedível paixão.
Não mais esquecerei os detalhes, (os pequenos nadas de que a vida é feita) que você tinha frequentemente para comigo e para com a minha família…querendo saber da minha saúde e da dos meus, dos sucessos profissionais dos meus filhos com os quais você vibrava como se fossem os da sua própria filha.
Amigo Morgado: queria dizer tanta coisa sobre duas décadas de amizade irrepreensível, mas não sou capaz…as ideias acorrem à minha mente em turbilhão e em turbilhão se afastam antes que eu as traduza em palavras…fica-me a saudade e a certeza de que em muitas decisões do meu dia-a-dia me debaterei com uma pequena pergunta íntima: “Como é que o Morgado resolveria isto?” Espero que o nosso Santo Onomástico, Santo António, (António para si, Fernando Bulhões para mim, que também sou Fernando) conduza a sua Alma à presença do Senhor para que você, meu amigo, encontre no Céu a Paz que não encontrou na Terra. Até sempre, AMIGO!

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