...“Sem Ovos Não se Fazem Omeletes” ou seja “ Sem Toiros Bravos Não Há Boas Touradas”...
A praça encheu-se até meio.
João M. Caetano vinha moralizado e confiante para disputar o troféu mas mais uma vez a sorte não esteve do seu lado na praça lisboeta à semelhança do que sucedera na sua ultima corrida ali toureada, pois, que lhe calhou o pior lote de toiros mansos e sem chama de bravura que não deixaram o ginete brilhar na sua plenitude do seu toureio, ainda que se tenha esforçado para mostrar um arzinho da sua graça colocando alguns bons ferros, melhor na primeira lide que na segunda.
João Telles Jr. mais uma vez veio para mostrar e repetir os triunfos que tem alcançado nesta temporada e reforçar a ideia que este ano quem manda é Ele, embora não tenha tido triunfo dos mais sonantes porque começou um pouco nervoso mas a lide veio de menos a mais, no seu primeiro tendo sido o mais consistente e entendedor dos terrenos em que podia lidar os seus oponentes para lhes dar a volta, levando-os numa boa brega no segundo melhorou, cravou bons ferros empregando a emoção que tinham que ser os toiros a porem.
João M. Branco um dos mais novos cavaleiros de alternativa e que se tem vindo a afirmar que não quer ser mais um no meio de tantos cavaleiros, vinha também apertado pela concorrência e pela vontade de se impor mas mais uma vez os seus toiros não o ajudaram muito mas mesmo assim andou esforçado e lutador para dar a volta aos mansos que lhe calharam em sorte, denotando numa ou noutra situação a pouca experiência que tem mas nada que não se resolva com mais trabalho, mas mesmo assim deixou alguns ferros de boa nota, esteve melhor no segundo do seu lote, onde mostrou mais alegria ao executar a sua arte de tourear.
As pegas estiveram a cargo dos Grupos de Alcochete que mandou para as pegas os forcados Rúben Duarte dobrado por Tomás Torre do Vale que foi dobrado por André Tavares e Pedro Correia que pegaram à quinta tentativa com pega de cernelha depois de recolherem à enfermaria com traumatismos, Vasco Pinto à segunda tentativa e Fernando Quintela à primeira tentativa. Pelos do Aposento da Moita foram caras José Maria Bettencourt à segunda tentativa, Nuno Inácio à primeira tentativa e Francisco Baltazar à primeira tentativa.
Noite dura para os Forcados de Alcochete.
Os toiros pertenciam à Ganadaria de Guiomar Cortes Moura que saíram de boa apresentação e com peso algo excessivo, no que mais importa saíram no geral todos para o manso sem empregarem emoção ou brilhantismo à tourada, mas isso leva-me a pensar o porquê de ateimarem os responsáveis do Campo Pequeno em apostarem nos astados desta ganadaria que não é a primeira vez que dá provas que os toiros não empregão emoção às lides e a meu ver a corrida de toiros vive de sentimentos e emoções fortes e não foi o que se passou ontem em Lisboa, e isso sentiu-se nas bilheteiras porque hoje em dia a aficion vai mais pelos toiros e forcados às praças do que propriamente pelos artistas, muito embora se diga que é por causa da crise e por ser uma corrida televisionada, mas nas ultimas corridas a assistência foi bem maior e o zé pagante ficou mais satisfeito por ver toiros sérios de fazer secar o céu-da-boca e pregar as pessoas à cadeira.
Os triunfadores dos prémios em disputa foram:
Melhor Lide – João R. Telles Jr.
Melhor Pega – Rúben Inácio (G.F.A. Apo. Moita) à 4ª pega
A corrida foi dirigida com acerto pelo Diretor Lourenço Lúzio e assessorado pelo Veterinário Drº Jorge Moreira da Silva e pelo Cornetim José Henriques.
A embolação e a ferragem estiveram a cargo da equipa de Simões e Alcachão.
Carlos Caetano (Cajó)
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