39 Anos Após o Acidente de Manuel dos Santos











Faz hoje 39 anos que o celebre e saudoso Matador de Toiros Manuel dos Santos perde a vida num brutal acidente de viação na reta de Bombel em Vendas Novas!!




"MANUEL DOS SANTOS
nasceu em Lisboa a 11 de Fevereiro de 1925. 


Foi criado desde pequeno pelo seu avô Manuel dos Santos “Passarito”, que na sua juventude fora toureiro, e lhe incutiu a afición à tauromaquia. Participou pela primeira vez numa vacada com 13 anos, e pouco depois passou a frequentar as aulas de Patrício Cecílio, ao mesmo tempo que trabalhava numa barbearia da Golegã, terra que adoptou como sua.


Tomou a alternativa de bandarilheiro em Lisboa, a 26 de Julho de 1944, continuando a actuar em diversas corridas, enquanto frequentava a Escola Comercial de Tomar. Em 1946 vai para Sevilha, decidido a tornar-se matador de toiros. Apresenta-se pela primeira vez em Espanha como novilheiro
na praça de Badajoz, a 26 de Junho de 1947, cortando três orelhas e um rabo, e saindo em ombros.


Durante essa temporada actuou com êxito em Portugal e Espanha, destacando-se 5 tardes seguidas em Barcelona, com duas saídas em ombros. A 14 de Dezembro de 1947 tomou a alternativa de matador de toiros na Praça “EL Toreo” na capital do México, concedida por Fermín Espinosa “Armillita”, tendo como testemunha Carlos Arruza, com toiros de Pastejé. Nessa tarde, o toiro da alternativa, de nome “Vanidoso”, deu-lhe uma gravíssima cornada na veia femural.


Volta a tomar a alternativa em Sevilha, a 15 de Agosto de 1948, das mãos de Manuel Jimenez “Chicuelo”, confirmando-a em Madrid a 9 de Junho de 1949.
Entre 1948 e 1953 toureou em Portugal, Espanha, México, França, Colômbia, Venezuela, Equador, Moçambique e Angola.


Inventou um passe de muleta: a “Dossantina”.
Em 1950 actuou em 93 corridas de toiros, colocando-se em 1º lugar na lista dos matadores com mais corridas toureadas em todo o mundo!


No México ganhou a “Rosa Guadalupana”, e os trofeus para o melhor quite, melhor faena de muleta, tarde mais completa e triunfador da temporada.


Em 1951 matou um toiro na praça do Campo Pequeno, tornando-se o primeiro matador de toiros português a matar um toiro no seu país. Por esse motivo, passou uma noite na prisão, e foi mais tarde julgado, tendo sido absolvido.
Em 1951 actuou em três corridas no mesmo dia, em Morélia, Cidade do México e Acapulco, num mano-a-mano com Carlos Arruza, tendo cada um deles matado dez toiros.


Sofreu ao longo da sua carreira diversas cornadas graves, e teve que se sujeitar por duas vezes a operações aos meniscos.


Retirou-se a 18 de Outubro de 1953 no Campo Pequeno.
A sua aficion levou-o voltar às arenas em 1960, tendo voltado a tourear nas principais praças do mundo até 1963, último ano em que actuou como profissional em Portugal.
Voltou a vestir o fato de luzes numa série de corridas que organizou em Macau, em 1966.


Estas foram realizadas numa praça desmontável inteiramente construída em bambú! E em Djakarta, Indonésia em 1969, tendo esta cidade assistido à corrida com maior número de espectadores na história do toureio, uma vez que se realizou num estádio com 100.000 pessoas! 
Depois de retirado continuou a actuar todos os anos em festivais de beneficência, tendo sido o último a 23 de Setembro de 1972.


Continuou com a sua vida ligada à tauromaquia como empresário da Sociedade Campo Pequeno, que para além desta praça, explorava também várias outras por todo Portugal. Foi o Homem que trouxe a televisão para os toiros, com as famosas nocturnas do Campo Pequeno.
E também como ganadero, com a Ganadaria do "Porto Alto".


Foi condecorado por Espanha como Cavaleiro da Ordem de Isabel, a Católica, e por Portugal, a título póstumo, como Comendador da Ordem de Benemerência, e com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas.


Faleceu a 18 de Fevereiro de 1973 na sequência de um desastre de automóvel, que ocorreu perto de Vendas Novas. O seu nome será sempre lembrado..."

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